Segunda, 15 de Setembro de 2025
Os versos do cordel, a percussão do maracatu e os movimentos frenéticos do frevo levaram a cultura popular de Pernambuco aos palcos principais do MIMO Festival, que foi realizado em Olinda de sexta-feira (12) a domingo (14), após sete anos de temporadas em outras cidades do país e do mundo.
O encerramento do evento coincidiu com o Dia Nacional do Frevo, celebrado em 14 de setembro, em homenagem ao nascimento do jornalista Oswaldo da Silva Almeida. A ele é atribuída a criação do nome “frevo”, em reverência à “fervura” que o ritmo provoca. O frevo foi reconhecido em 2012 como patrimônio imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O Grêmio Musical Henrique Dias, primeira escola profissionalizante de músicos de Olinda sem fins lucrativos, fundada há 71 anos, tocou com sua orquestra no palco principal do MIMO, na Praça do Carmo. A apresentação foi comandada pelo maestro Lúcio Henrique Vieira da Silva, que é diretor musical, professor de saxofone e também músico formado pela escola, onde entrou com 10 anos, em 1988, e de onde nunca mais saiu: "Só pretendo sair quando houver meu cortejo, e ao som do frevo”.
“É uma honra poder mostrar a nossa identidade em um festival com essa grandeza. O frevo olindense é diferente do que é tocado em qualquer outro lugar do mundo”, contou Maestro Lúcio, como é conhecido.
“O frevo é forte na época de momo, em janeiro e fevereiro. Mas a ideia da gente é que ele seja forte o ano todo, porque ele é uma música instrumental como qualquer outra.”
A apresentação incluiu clássicos da música popular brasileira, como Festa no Interior e Táxi Lunar, e grandes sucessos que ajudaram a divulgar o ritmo do frevo no país e no mundo, como Fogos sem Fuzil e Vassourinhas.